PISO SALARIAL DOS PROFESSORES TERÁ REAJUSTE DE 8,32%, ANUNCIA MEC SALÁRIO INICIAL PARA 40 HORAS SEMANAIS DEVE SER DE R$ 1.697 EM 2014. REAJUSTE FOI MAIOR QUE NO ANO PASSADO, MAS MENOR QUE EM 2012.
Piso salarial dos professores terá
reajuste de 8,32%, anuncia MEC Salário
inicial para 40 horas semanais deve ser de R$ 1.697 em 2014. Reajuste foi maior
que no ano passado, mas menor que em 2012.
O Ministério da Educação
anunciou nesta terça-feira (29) o reajuste do piso salarial dos professores da
educação básica (ensinos fundamental e médio). Segundo os dados do ministério,
o aumento será de 8,32%, e o valor subirá para R$ 1.697. O reajuste neste ano
foi maior que no ano passado, quando o aumento foi de 7,97%, mas menor que
entre 2011 e 2012, quando o reajuste foi de 22,22%.
Nos últimos cinco anos, o
aumento do salário inicial dos professores que cumprem a carga horária de 40
horas semanais foi de 65,6%.
Veja abaixo a evolução do
piso salarial dos professores no Brasil:
2010
- R$ 1.024,67
2011
- R$ 1.187,08
2012
- R$ 1.451,00
2013
- R$ 1.567,00
2014
- R$ 1.697,00
Entenda o cálculo do
reajuste
Desde 2009, por lei, o
reajuste do piso salarial é feito anualmente em janeiro seguindo como indicador o Fundeb. O fundo reúne recursos
provenientes de tributos e da complementação da União, que são repassados aos governos
municipais e estaduais.
Durante o ano vigente, o
valor mínimo anual investido pelo fundo por aluno da educação básica é
calculado com base em estimativas de arrecadação. A variação desse valor
impacta na variação do salário dos professores.
Brasília – O piso
nacional dos professores de educação básica deverá ser fixado este ano em R$
1.697,39, para uma jornada de 40 horas. O valor é calculado com base na
comparação da previsão de custo por aluno anunciada em dezembro de 2012 (R$
1.867,15) com a de dezembro do ano passado (R$ 2.022,51). A portaria com o novo
valor ainda não foi publicada, mas, segundo o Ministério da Educação (MEC),
isso deve acontecer ainda neste mês.
A Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Educação (CNTE) diz que o reajuste ficou aquém do esperado
– a entidade estimava o aumento em 15%. Em nota, a CNTE argumenou que “dados já
consolidados do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação], até novembro de 2013,
apontam crescimento do valor mínimo de aproximadamente 15%”.
Mesmo com o percentual
inferior ao esperado pelos trabalhadores, a Confederação Nacional de Municípios
estima que, para o reajuste de 8,32%, haverá aumento de R$ 4,151 bilhões no
pagamento do magistério. Com isso, a média do comprometimento das receitas do
Fundeb com salários dos professores irá para 79,7%. Isso significa que quase
todos os recursos voltados para a manutenção do ensino nos municípios estarão
sendo gastas com pagamento dos salários dos professores.
Segundo a CNM, em mais
de mil municípios, o comprometimento ultrapassa 100% do Fundeb. “Isso é
insustentável, o piso do magistério vai liquidar a educação básica”, diz o
presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Ele lembra que o fundo deve ser usado
também na construção e manutenção de escolas, laboratórios, bibliotecas. “Não
adianta valorizar o piso e acabar com o resto”.
O Fundeb é formado por
recursos provenientes dos impostos e transferências de estados, do Distrito
Federal e dos municípios, além de uma complementação federal, quando o valor da
arrecadação não atinge o investimento mínimo por aluno estabelecido
nacionalmente. A União faz a complementação em nove estados. Segundo,
Ziulkoski, os repasses deveriam ser maiores e feitos a mais estados.
A presidenta da União
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleuza Repulho,
diz que a situação é preocupante. “O professor tem direito ao reajuste do piso,
mas voltamos à preocupação da participação de estados, municípios e União [nos
gastos com educação]”.
O MEC diz que
“compreende a dificuldade dos municípios com a folha de pagamento e tem tentado
promover o diálogo entre prefeitos, governadores e CNTE. Segundo a assessoria
de imprensa do ministério, o debate continua em 2014, com o incentivo às mesas
de negociação. O MEC destaca que a complementação aos estados tem crescido ano
a ano. O valor destinado aos estados passou de R$ 1,1 bilhão, em 2000, para R$
10,7 bilhões, no ano passado. “Além disso, outros programas reforçam o
apoio da União aos estados e municípios, como os de transporte escolar,
merenda, construção de creches e de quadras, livros didáticos, e o Programa
Dinheiro Direto na Escola (PDDE)”.
O MEC explica também que
o valor mínimo nacional por aluno/ano pode variar, não apenas de um exercício
para outro, mas dentro do próprio exercício, o que aconteceu em 2013. O
cálculo apoia-se em estimativas anuais das receitas formadoras do Fundeb,
"as quais, não raramente, requerem revisão das projeções pela Secretaria
do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, em decorrência do comportamento
da arrecadação, por sua vez dependente da política fiscal e do comportamento da
própria atividade econômico-financeira do país".
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